quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

TEXTO: A Educação é (e deve ser) Laica!


A Educação é (e deve ser) Laica!
Thales Vianna Coutinho
Psicólogo - CRP12/10175
Personal & Professional Coach
thales.coutinho@hotmail.com


     Chega o mês de Dezembro e começam todos os tipos de comemorações referentes ao Natal. Lojas e estabelecimentos privados enfeitam o ambiente com luzes e presépios representando o nascimento de Jesus. Porém, há um problema quando instituições públicas incentivam e desenvolvem esse culto à mitologia judaico-cristã, enquanto que festividades de outras religiões são totalmente desprezadas.
     O problema é ainda maior quando esse ferimento à laicidade do Estado abre dentro das escolas. Durante esse período, muitas escolas públicas utilizam o tempo destinado à educação, para ensaiar e apresentar dramatizações sobre a história do nascimento de Jesus Cristo. Quando critico essa prática, não me refiro ao tempo em si gasto nessas apresentações (que não duram mais do que trinta minutos) e reconheço que esse tempo investido em qualquer disciplina não resultaria numa diferença significativa na formação de ninguém. O que critico é o princípio da coisa. Ou melhor, o ferimento ao princípio da laicidade da educação.
     A educação é e deve ser laica! Isso significa que ela não pode priorizar nenhuma religião em detrimento da outra. Mesmo a disciplina de “Ensino Religioso” (ainda presente em algumas escolas) não deve ser uma “catequese”, mas sim uma apresentação aos alunos sobre as principais religiões existentes na realidade brasileira, e isso inclui – para além do catolicismo – as religiões africanas, orientais, nativas, etc. Afinal, o Brasil possui uma variedade muito grande de credos, alguns deles totalmente diferentes um do outro.
     Isso significa que é inadmissível o fato de hoje em dia ainda haver essa preferência discrepante pela crença católica, principalmente em instituições públicas de ensino (que – lembrando – são financiadas com verbas públicas, geradas a partir do pagamento de impostos feitos por cada um de nós, independente da nossa convicção religiosa). Isso é um crime – e um desrespeito – cometido contra pessoas que creem em outras religiões, ou mesmo aos que não creem em nenhuma.
     Deixo claro que somos livres para expressar nossas crenças, porém, já existem espaços específicos para isso: em templos, nas igrejas, ou na própria casa. Nada, absolutamente nada justifica que práticas como essa continuem a existir nas escolas.
     É necessário haver uma vigilância e uma punição aos diretores que autorizem esse tipo de prática discriminatória e inconstitucional. Afinal, “fim de ano” não é sinônimo de “fim da laicidade do Estado”.


Fonte da Imagem: http://www.direitoaeducacao.org.br/wp-content/uploads/2012/04/estado_laico.jpg 

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